Essa lenda envolve um
personagem histórico da cidade; Joaquim Antunes de Oliveira, político e
fazendeiro, considerado pessoa letrada veio da cidade de Gorutuba/BA,
atual Janaúba, a convite de seu primo e cunhado, Quintiliano Antunes de
Oliveira por volta dos anos de 1860 e se estabeleceu no Arraial de Nossa
Senhora da Boca da Caatinga.
Numa das versões da
lenda, Joaquim Antunes que era descendentes de cristãos-novos
(denominação dada aos judeus recém convertidos ao cristianismo em
contraposição aos cristãos-velhos), durante uma visita de uma comissão
de padres jesuítas na década de 1890, teria invadido a igreja durante
uma missa realizada pelos padres sendo por esse motivo excomungado.
Por volta do ano
1900, foi vitimado por uma doença desconhecida que o deixou paralisado e
afastado do convívio social o que fez com que a população se lembrasse
do episódio ocorrido na igreja.
Não demorou muito e
Joaquim Antunes veio a óbito. Foi sepultado em um túmulo projetado por
ele mesmo, com gavetas, o que era uma novidade na época.
Na década de 1930, a
administração do já emancipado município de Fortaleza resolveu mudar a
localização do cemitério da cidade e o coveiro responsável pelo
translado dos corpos ao notar que o caixão de Joaquim Antunes pesava
mais que os outros resolveu abri-lo e descobriu que o corpo de Joaquim
Antunes estava em perfeito estado de conservação.
Após a fixação
definitiva da sepultura de Joaquim Antunes no novo cemitério, seu túmulo
rachou e foram achados pelos de animais nas rachaduras. As rachaduras
foram por diversas vezes tampadas voltando a se fender. Daí surgiu o
nome Bicho da Carneira, nome comumente usado para designar túmulo.
A lenda estava
definitivamente formada. Começaram a surgir boatos de que ele saia de
seu túmulo transformando-se num cachorro monstruoso ou num cão pequeno,
porém de força descomunal, na forma de outros animais como jumentos ou
animais fantásticos como humanóides com características de animais.
Dizem que a única coisa de que a criatura monstruosa tinha medo era de
chicotes.
Ainda em outras localidades próximas, aparecia na forma de uma rapaz jovem, bonito e bem trajado, se hospedava em hotéis comendo o suficiente para mais de vinte homens e depois ia embora deixando a conta para os parentes pagarem.
Em algumas regiões, a lenda é usada para amedrontar crianças.
Fonte Principal: http://www.pedraazul-mg.com/2010/08/page-margin-2cm-p-margin-bottom-o-bicho.html
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